O Site Oficial da Copa do Mundo de 2014

domingo, abril 30, 2006

Chernobyl, 20 Anos Depois



A França tem Henry, a Argentina tem a Garra, Alemanha e Itália têm tradição; mas só a Ucrânia tem mutação. Mutação: fazendo a diferença.

sábado, abril 29, 2006

Os Piores Esportes da Tevê (ii)

Futebol Americano: não se joga com os pés, e a bola não é uma bola.
Admira que não seja coisa de português.

sexta-feira, abril 28, 2006

Clássico é Clássico

E vice-versa, emendaria o gênio.

Mas você que não se faça de esperto, pois a frase está na boca do Brasil. E nada mais vulgar que o pensamento de que "não há favorito em clássico, as chances de vitória se equivalem, tudo pode acontecer".

Ora vamos e venhamos: em qualquer jogo, tudo pode acontecer. Só não é muito provável. E num confronto entre duas equipes grandes, a chance de vitória da pior equipe dificilmente será desprezível. Mas isso não quer dizer que não haja favorito em clássico. Ou então os resultados seriam igualmente distribuídos.

Exemplifico. O Fluminense, em seus anos de fiscal de sala de cinema. De 1996, quando caiu pela primeira vez, até 2000, quando subira da terceira -- e o clube do 13 resolveu fazer um upgrade. Quantos clássicos disputou o Fluminense neste período?

Resposta: 54. 11 vitórias, 15 empates, 28 derrotas. Mais derrotas, portanto, que empates e vitórias juntos.

Há ilustração mais clara de que clássico possa ter favorito?

Vou além: longe de aleatório, o resultado dos clássicos é um dos melhores parâmetros da força de um time. Dizer que não haja favorito é negar sua essência, sua importância. Num jogo, neste futebol, uma zebra pode acontecer. Mas geralmente há favorito; e basta observar os clássicos recentes para se descobrir qual.

terça-feira, abril 25, 2006

O Cobrador

Adorava cobrar faltas. Mas em cada cem, oitenta iam na barreira, dezessete na arquibancada, duas na mão do goleiro, e só uma entrava. Porque, afinal, cedo ou tarde todo mundo erra.

Ronaldinho Gaúcho tem muitas habilidades, mas cobrar faltas não é uma delas. Deus não dá asa a cobra, já dizia o dito. Mas deu pernas, e tamanha astúcia que isso bastou...

segunda-feira, abril 24, 2006

Guga Desiste de Roland Garros


Nada dura para sempre.

E ultimamente, uniforme em dia de título, menos. Mas aí teria de ser uma foto do capitão cueca...

domingo, abril 23, 2006

Sofisma Geral do Delírio Cotidiano

(i) Futebol é quando o caloteiro chama o credor de mercenário e a galera vibra. Aplicando tal definição às passeatas contrárias ao FMI, comprova-se que o Brasil seja realmente o país do futebol.

(ii) Viver de pé que morrer ajoelhado. Tentei, mas ainda não entendi como jogar mal, igualando-se aos demais, pode aumentar as chances de vitória. Sem falar que ao se jogar bonito, mesmo perdendo restará a memória -- vide os magiares, a laranja mecânica*, a seleção de 82.
(*) se bem que desta eu me lembro mais pelo goleiro... tão pé-frio, que não bastou ser vice duas vezes: ainda perdeu o filho, também goleiro, fulminado por um raio durante uma partida.

(iii) O verdadeiro futebol brasileiro. Lateral, quando é bom, vai embora. E se vai embora, deixa de ser lateral. Será o fim de uma era? Ou ela até já acabou, e só insistimos por nos ter concedido nossas maiores glórias? [à parte os concursos de fantasia do Hotel Glória, mas isso também é passado]

(iv) A gente somos inútil. Por que Zagallo aceitou o cargo de coordenador, se em 1998 fazia questão de não ter ninguém a seu lado? (Zico foi imposição de Ricardo Teixeira)

(v) Ricardão. Falar em Ricardo Teixeira, ele tirou a confederação do vermelho, ganhou um sem-número de títulos, nosso campeonato é como a crônica sempre quis, em breve teremos uma copa por aqui, os estádios melhoraram, a arbitragem é mais transparente etc etc. O que a imprensa cobrará agora do presidente da CBF? Que ponha um calção e faça o gol do título?

(vi) Injustiçado? A imprensa é unânime em atestar a inépcia de Gustavo Nery. Logo Descartes existe. É injustiçado não pela convocação, mas por não ser o titular. Não é melhor que o Roberto Carlos, concordo. Mas vejam a lateral direita: um velho aleijado, e um reserva que não sabe marcar. Melhor que esses dois, o Gustavo Nery certamente seria.

(vii) Os imperdoáveis. Se Parreira está tão preocupado com o sistema defensivo, por que não começa escalando os nomes certos nestas posições? Goleiro: qualquer um menos Dida. Laterais: alguém no lugar do Cafu, que não seja o Cicinho. Zaga: Caçapa (Lúcio é anticonfiável) e Alex (nosso único zagueiro). Volantes: Juninho Pernambucano (precisa explicar?) e Mineiro ou Renato (porque além de armarem, também marcam e desarmam melhor que o Emerson).

(viii) Finesse. Henry é o jogador mais elegante do mundo. Com Zidane a seu lado, a França promete ser de longe o time mais elegante da Copa; de ofuscar a camisa rosa e os ternos do Luxemburgo...

(ix) Toc de bola. O Brasil tem o maior craque, Ronaldinho Gaúcho. Além de Kaká, Ronaldo, Adriano e Robinho. Todos apressados, obcecados demais, compelidos pela meta adversária: para bem ou mal, o escrete sofre de transtorno obsessivo-compulsivo. No futuro, quando perder um pouco do vigor, e não puder infernizar o adversário a cada segundo, talvez nosso guia e supercraque ressalte sua elegância. Mas no momento ainda é compulsão e obsessão.

(x) Tem que pesar na Lua.

Em 1998, Ronaldo pesava oitenta e três quilos e meio. Ponto. Se todos afirmam, sem hesitar, que o craque "ganhou MUITA massa muscular", e em vez de mais definido, está é mais banhudo, a conclusão segue diretamente: Ronaldo decerto pesa mais que oitenta e três quilos. Mas não pra balança de nossa seleção: lá ele pesa 83 cravado. Menos até que na copa da França, vejam vocês. Será que a gravidade na Granja Comary é diferente? Lá é bem alto, pode ser uma explicação. Ossos pneumáticos também. Outras:

- Quebrou a balança;
- Ética médica, em contraponto a gestões anteriores;
- Caixa Dois. Se E= mc^2, e o preço da energia está pela hora da morte, é bem provável que uns oito a doze quilos tenham sido desviados pra financiar a campanha do PT.

Mas tudo bem: prum gordo do joelho só, até que ele joga o fino.

sábado, abril 22, 2006

No aniversário do Brasil, quem leva o presente é você

Entrevista exclusiva com Michael Schumacher:

- Schumi, como você se sente ao conquistar
- Schumi? Você acho que eu tenho quantos anos? VocêSeSente? Que espécie de português é essa, minha filho? E minha vida pessoal não te diz respeito. É pra Globo?
- Claro, claro. Mas a quebra do recorde
- Ah, não... outra recorde?


o heptacampeão na juventude -- por assim dizer

- O recorde de poles
- Ja, mas este já era meu, Basta contar o GP dos Estados Unidos passado. Tua mãe não te ensinou a contar?
- Mas a ironia de justamente em San Marino
- Onde Senna foi imolado, ja. Senna, Senna, tudo que vocês brasileiros sabem falar é sobre o grande Ayrton Senna. Por que não falam sobre o hoje, sobre a geração atual?
- Então: você acha que algum piloto da atual geração
- Não existe. As canchas de fórmula 1 acabaram, há quase uma década. Eu sou o último piloto. E isso sim é uma ironia, já que sempre fui primeiro em tudo.

sexta-feira, abril 21, 2006

Uma Dúvida

Até quando o pessoal do tira-teima desafiará as leis imutáveis da natureza, fazendo a bola acelerar (muito, e de maneira uniforme) durante o percurso até as redes adversárias? Sai devagarinho, e chega zunindo, a mais de cem.

Pra começar: como ela pôde se mover, se a velocidade inicial proporcionada pelo chute, segundo o tira-teima, foi zero? Como? E, meu Deus, por que raios ela ganha velocidade, se não há nenhuma força agindo na direção do gol pra ajudar? Pelo contrário: há é uma tremenda resistência do ar!

Será que aprendi tudo errado? Deve ser. E mais: vai ver é por isso que os balaços do Roberto Carlos são tão fortes: porque quanto mais de longe, mais velocidade a bola ganha. Espanta que não saia um monte de gol de tiro de meta por aí.

Mas é: se a trinta metros a bola já chega a uns 120 por hora, do tiro de meta devia arrebentar as redes, entrar com goleiro e tudo, pôr Shaolin Soccer no chinelo, partir as traves só com o deslocamento de ar...

Olha, não é só porque eu seja reacionário, mas se é pra fazer isso, era melhor voltar à versão com bonequinhos playmobil. Além do software ser mais barato, não prestariam um desserviço tão grande à educação. E depois ainda vem dizer que futebol é cultura. Só se for na sua bunda.


Tira-Teima da Globo: Margem de Erro Zero

quarta-feira, abril 19, 2006

Futebol e Literatura (i): José Lins do Rêgo

Jornalista, memorialista, romancista, cronista e cambista.

Autor de "Menino da Porteira", logrou a celebridade ao ser preso na final de 50, quando tentava passar dez ingressos pra um oficial da Marinha.

Em sua defesa, alegou: "são da minha irmã". Não espanta, portanto, que fosse imortalizado pouco depois pela Academia de Letras. Suas últimas palavras, "Zagallo, escala o Ronaldo", hoje parecem estúpidas, mas em 1957 tinham um tom de profético.

domingo, abril 16, 2006

O Ridículo dos Números

(i) As estatísticas. Em todos os campeonatos brasileiros de pontos corridos (três), o campeão fez dois gols na primeira rodada, mas não venceu a partida. Desde já os parabéns ao Palestra pelo penta. E os demais que vão cantar de sabiá em outro terreiro.

(ii) Deuteronúmeros. No princípio era a forma: o ferrolho, o WM, a pirâmide, o diagonal. Mas o homem viu que isso era mau, e criou os números, ordenando-os segundo a sua vontade: 4-2-4, 4-4-2, 4-3-3... e o povo da época gravou.

Mas hoje isso tudo é passado. O futebol é o mesmo, porém a nomenclatura mudou: os treinadores resolveram evocar mais uma distinção, impor mais um número só pra complicar. E é óbvio que qualquer um que não fale os tais quatro números será visto como um desinformado...

Nada disso me surpreende. Me surpreende é que ainda não tenham aumentado os números pra cinco. Sobretudo com esse hum que é o Rogério Ceni dando bandeira por aí.

(iii) Futebol te dá asas.
Se gol de cabeça valesse meio, o Brasil não perdia nunca, o Ronaldo seria maior que o Pelé... Mas como a Inglaterra não entraria na Copa nem de favor, a medida jamais será aprovada. Inglaterra, o país do headball.

sexta-feira, abril 14, 2006

Se o Futebol Fosse a Política

Lazaroni = Fernando Collor. Prometeu trazer o país pra modernidade. Deu no que deu.

Leão = PT. Pensa que é melhor que os outros, e capaz de alterar o mundo, mas no fim só faz reclamar. Haja spray.

Luxemburgo = César Maia. Cheio dos factóides e metido a entender de administração.

Parreira = FHC. Acha que é filósofo e intelectual. Com altos custos, ajeitou a casa na primeira gestão. Na segunda vai colher o que plantou.

Montenegro + Marcelinho = Garotinho

Oswaldo de Oliveira = Gabeira

Eurico = Eurico

o gol = Itamar Franco [só um detalhe]

Mário Sérgio = Sarney: muito plano pra nada.

Zagallo = Ulisses Guimarães. Patriota e vovô da múmia: a mistura do Brasil com o Egito.

terça-feira, abril 11, 2006

Brasileirinho

Uma peça pode prescindir do público, mas das personagens, jamais.

O Brasileirão é uma loucura maior que o caldeirão do Huck. Porque só um povo esquizofrênio poderia comprar ingressos para um espetáculo que não existe. Pior: além de comprar, ainda vão lá, pagando condução ou tendo o toca-fitas roubado. Aglomeram-se num estádio com o fim único de comprar salgados a preços íssimos e apanhar da polícia ou da própria torcida.

Precisa continuar? Precisa citar o mito da caverna? Esse campeonato é uma farsa, uma fraude maior que a genialidade de Eusébio*. Mas é claro que a crônica esportiva se congraça pelo aumento tardio, pela burocracia à européia. E a Copa do Brasil, que por princípio exclui os dois ou três times com chance de jogar bola no país, é caso pra internar no Pinel. Nem terapia de choque salva.

(*) aquele que fez nove gols em seis jogos na copa de 66, mas QUATRO foram de pênalti**, mais uns tantos contra Coréia do Norte, contra time com jogador a menos -- sem falar que Manga se portou como um frangueiro.
(**) é o recordista, ao lado de Rensenbrink, da Holanda -- que teve a honra de marcar o milésimo gol da história das copas (de pênalti).

domingo, abril 09, 2006

Do tempo do Ariri Cachaça

Dizem que na época de Pelé "era mais fácil fazer gol". Ok, vamos fingir que é verdade...

Pelé disputou quatro brasileirões, e a média de gols destes campeonatos foi de 1,97 por partida. Sabe quantas vezes a média foi inferior a isto nas 31 edições seguintes? Apenas quatro. Ora, se antigamente era mais fácil fazer gol, e se fazia bem menos, só posso concluir que desde então tivemos um monte de Pelés nos gramados. Será o caso? Parece? Pois é.

E nos dezoito anos em que jogou o Paulista, a média de gols do torneio foi a mesma que a dos últimos dezoito campeonatos -- desnecessário observar que, sem o Santos, seria inferior. Dá pra falar que em nossos tempos Pelé marcaria menos? Isso, pra dizer o mínimo, seria arbitrário.

Conclusão: ao longo de sua carreira o negão marcou 1283 gols. Se jogasse hoje, faria pelo menos uns 1500, faria muito mais. Tricampeão do mundo, mas porque deu azar. Se contundiu, o machucaram. Tinha potencial pra pelo menos quatro.


Nunca Perde a Majestade: o Rei até hoje fazendo a diferença

sexta-feira, abril 07, 2006

Fio de Esperança (Não Gostamos de Você)

A grande contribuição de Telê ao futebol foi a invenção de Cafu. Precisa continuar?

Na Copa de 82, não bastou escalar um frangueiro. Depois da contusão de Reinaldo, preferiu Serginho Chulapa a Careca, Roberto Dinamite, Pelé, a senhora sua mãe...

Na de 86 foi pior, deixamos de fora dois craques: Leandro e Renato. Por quê? Porque farrearam um pouco, saíram da concentração pra pegar mulé. E daí?, pergunto eu, Desde quando o técnico é alguém pra me dizer onde ir após o batente, que não posso fazer séquiço?

E respondo: desde 62, pelo menos, que esse puritanismo foi pra cucuia*. Na copa do Chile, o doutor Gosling fez questão de ir até a pensão da madame Chabela, sim, mas para pré-selecionar as mais bonitas e limpinhas pra seleção. Pois é...


a juventude chora por telê / "vamos precisar de outro time"

Telê era uma besta. "Ah, mas ele foi bicampeão mundiau pelo São Paulo!" Ora pombas: o São Paulo, cedo ou tarde, sempre conquista um título mundial.

E bicampeão, não: o jogo contra o Milan quem venceu foi Deus. E na primeira Libertadores, se formos lembrar, ficamos atrás do Criciúma na primeira fase. Precisamos dos pênaltis pra vencer na final aquele time com nome que parece de banda com dança coreografada, tal de Newell's Old Boys...

"Ser chato é uma necessidade para vencer no futebol", asseverava o velho mala. Vai tarde.

(*) Pra esta copa, Parreira disse séquiço é bom, ajuda a entrar mais leve, relaxado; que só na véspera não convém... Ué, mas é então que devia ter séquiço mesmo. Principalmente pro Lúcio: esse aí devia virar a noite no prostíbulo, sair de lá direto pro estádio. E se mesmo assim não lhe separarem uma rapariga pro intervalo, pode esperar que vem besteira no segundo tempo. Libertina Quae Sera Tamem [Séquiço, ainda que à tardinha]

quinta-feira, abril 06, 2006

1970 vs. 2002

Uma questão original: se fosse possível os escretes de 1970 e 2002 se enfrentarem, qual sairia vencedor?

Resposta: as duas seleções foram excelentes, mas, no final, os recortes de jornal do Antônio Lopes fariam toda a diferença. O grão que faz a balança pender...

Pelo mesmo argumento, deduz-se que a seleção do penta venceria também as de 58 e de 82.


O delegado é sensacional; pega um, pega geral

terça-feira, abril 04, 2006

Burocracia

Jogador burocrático é horrível. Time burocrático, pior. E campeonato burocrático é o inferno.

Na burocracia radica a maior parte meus ódios futebolísticos. E porque o assunto é muito vasto, e citei campeonatos, fico nisso. Se campeonatos fossem capazes de definirem o melhor time, eu teria algum respeito por eles. Mas demonstra a experiência que não seja o caso. Pra que então lhes atribuir tanta importância?

A resposta é longa, chata, e portanto passo, atenho-me a um aspecto. Sempre falam em melhorar a média de público, e conjecturam-se vários esquemas os mais mirabolantes. Na principal motivação possível, não tocam: a qualidade do espetáculo.

Pra alguém como eu, que gosta de bom futebol, o Brasileirão de pontos corridos é uma monstruosidade estética.

Convenhamos: desde que o futebol foi criado, não se há registro de um país com mais de quatro times que jogassem bola de verdade numa mesma temporada. Significa dizer que num campeonato brasileiro de 20 times, ida e volta, apenas 12 jogos têm chance de prestar. Envolverão equipes razoavelmente dispostas e capazes de jogar futebol.

Os outros 368, pode jogar no lixo. A maioria, aliás, melhor enterrar pra não feder, que será entre 16 ou mais clubes que sem noção de coisa nenhuma.

380 jogos, para que apenas uma meia dúzia valha alguma coisa. Repito: é uma monstruosidade estética. E que ocupa um espaço enorme no calendário, como se fosse muito importante -- mas geralmente sequer define o melhor time. Sobrecarrega os atletas, impede excursões com jogos talvez mais interessantes etc etc.

Ora, pois eu prefiro um mata-mata entre os quatro times do Brasil que joguem alguma bola, a este Brasileirão por aí. Muito melhor, e muito mais rentável. Pode ter até dois por ano. E uma taça brasil só pra fazer uma graça, enxuta, pra nos certificarmos de que haja ou não algo de novo no front -- isso basta. Uma copinha estadual pra não perder o hábito.

Mais uma vez: citei o principal campeonato do país apenas como exemplo, e muito en passant: a burocracia é um fértil terreno para a ruína.

A Copa do Mundo mesmo seria outro exemplo: quantas partidas se imaginou que seriam jogões na última vez? Pouquíssimas, quatro talvez. Não foi só o número de seleções ruins que aumentaram: diminuíram a probabilidade de bons encontros na primeira fase. Este ano haverá quantos? Hum: Argentina vs. Holanda. Foi-se o tempo, como em 58, em que um grupo era formado por Brasil, União Soviética, Inglaterra e Áustria (3ª. colocada do torneio anterior). Nunca mais, cacarejou o papagaio, nunca mais.

Não seria melhor, por exemplo, que o escrete realizasse 1 grande jogo a cada 2 meses, em vez de se tornar um rascunho por 47, a fim de, com sorte, jogar duas ou três partidas interessantes ao final disso? Pois é.

Poucos jogos bons são preferíveis a muitos jogos ruins. E muitos jogos bons, melhor. Bidu. Depois a surpresa de que nos últimos tantos anos, contem-se nos dedos as boas partidas da seleção...

E uma última nota: a epifania que é a consagração de craques após uns poucos bons jogos ilustra o que digo. Mas isso é tudo que falarei sobre o assunto, que, de outra forma, se tornaria infindável. Menas burocracia.

domingo, abril 02, 2006

Montinho Artilheiro

Talvez futebol seja momento, não sei. Mas Fórmula 1 é momento e todas as suas derivadas.

Da -1 à última volta, aconteceu de tudo no GPguru. Fantástico.

Gostei muito do morrinho artilheiro na zebra, devia ser assim todo grande prêmio.

E cassar superlicença, nada: minha ong lutará por 22 carros a mais, todos guiados por japoneses. Tudo vai ficar por conta dos safety cars e da emoção.

Ah, sim: que beleza estourar o motor na última curva. Lindíssimo. Fica a dúvida: se o Button saísse a pé até a linha de chegada valia?

Ou ainda: se o tempo é registrado de acordo a parte mais dianteira do carro, se ele corresse segurando o volante dava pra pontuar?

Claro que é melhor pontuar sem dar, mas se valesse o campeonato, vai saber...


Leão Abatido-- clique na imagem para melhor degustação

sábado, abril 01, 2006

A Copa do Mundo é Nossa

Mas dizem que não temos condições de acolhê-la.

E o argumento, pra variar, são as condições precárias de nossos estádios. Ora, a única coisa a se lamentar em nossos estádios é a encoxada coletiva da torcida do Grêmio -- o que se resolve marcando amistosos bem longínquos no período, que por força do hino terão de acompanhar... Mas como sei que a mídia não se satisfaz com nada diferente de uma resposta ponto a ponto, é o que farei.

Afirmam, por exemplo, que falta ao Maracanã um estacionamento adequado. Mas quem disse que os gringos trarão seus carros da Europa pra cá? É um absurdo. Eles nem conhecem as ruas; é claro que irão pro estádio de táxi, de van, a pé, de helicóptero, de qualquer outra coisa...

Um outro problema, segundo os especialistas, são as instalações da imprensa. Gente, a imprensa hoje em dia, sem a menor dificuldade, cobre até guerra ao vivo. No meio do deserto, no meio do nada. Que dificuldade é essa, que tem ar condicionado, lanchinho, monitores, sala especial? Sem falar que somos terceiro mundo: por melhor que façamos, eles vão achar pêlo em ovo pra reclamar.

O bem-estar dos torcedores. Esse, sem dúvida, é o ponto mais ridículo, porque totalmente subjetivo. Já eliminamos a geral, pusemos bancos, pusemos cadeiras; vão querer sofá agora por acaso? Sem falar que tudo no Brasil se lhes afigura baratíssimo, quase de graça. Quer conforto maior que o custo zero?

O Brasil sediará a Copa de 2014. E todos voltarão felizes pra casa. Sobretudo quem vencer de virada a final...