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terça-feira, abril 11, 2006

Brasileirinho

Uma peça pode prescindir do público, mas das personagens, jamais.

O Brasileirão é uma loucura maior que o caldeirão do Huck. Porque só um povo esquizofrênio poderia comprar ingressos para um espetáculo que não existe. Pior: além de comprar, ainda vão lá, pagando condução ou tendo o toca-fitas roubado. Aglomeram-se num estádio com o fim único de comprar salgados a preços íssimos e apanhar da polícia ou da própria torcida.

Precisa continuar? Precisa citar o mito da caverna? Esse campeonato é uma farsa, uma fraude maior que a genialidade de Eusébio*. Mas é claro que a crônica esportiva se congraça pelo aumento tardio, pela burocracia à européia. E a Copa do Brasil, que por princípio exclui os dois ou três times com chance de jogar bola no país, é caso pra internar no Pinel. Nem terapia de choque salva.

(*) aquele que fez nove gols em seis jogos na copa de 66, mas QUATRO foram de pênalti**, mais uns tantos contra Coréia do Norte, contra time com jogador a menos -- sem falar que Manga se portou como um frangueiro.
(**) é o recordista, ao lado de Rensenbrink, da Holanda -- que teve a honra de marcar o milésimo gol da história das copas (de pênalti).