Essas fantasias com alemão são muito estranhas. De Masoc já basta ter que aturar o rubinho todos estes anos. Mas ok, até que foi engraçado. E num esporte como a Fórmula 1, convenhamos, suruba é o que há de mais natural. Diria até que é a essência da Fórmula 1, sua razão de ser. Um sujeito que não promova esse tipo de evento jamais será respeitado, não importa quantas pole positions conquiste durante a carreira. Cinco numa noite só? O veinho tá bem... se não for prótese, é viagra.
Armando Nogueira ganha espaço no Maracanã e retribui com poesia
Nada que uma boa pedrada não resolva.
A grande notícia do campeonato carioca, porém, é o América. Presidente do Mesquita (Alá meu bom Alá) reclama que foram roubados e tatatá. Pois é bom se preparar, que nós vamos roubar ainda mais na última rodada. Roubaremos com galhardia e desenvoltura empolgantes. E se mesmo assim formos rebaixados, roubaremos mais ano que vem.
Roubaremos, não: roubarão, roubareis. Que eu desejo uma velhice sadia, sem sofrimento. Se o América for rebaixado, nunca mais torço por esse time. Agora eu sou Bangú.
Ofendidos e humilhados, que tantos sois a cada esquina, sabei: você não estão ofendidos, vocês estão apenas exaltados. Agora baixa a bola e vai pra casa.
Morreu um anjo. E que grande dirigente. Entre suas contribuições ao esporte, incluem-se o fim do turbo, do descarte de pontos e de reações espetaculares em Suzuka.
Dizem que foi responsável pelo aumento da segurança na Fórmula 1. Eu imagino que a associação de pilotos, que desde Emerson e Stewart vinham brigando por melhorias, era tudo brincadeirinha.
Onde não falamos de pole positions, mas treinos classificatórios. Tempos.
Dentro do humanamente possível (saco), foram retirados os dados completamente fora da curva (devidos a problemas no carro, chuva no meio da sessão). Pois embora possam definir um campeonato, e o fazem sem perdão, estatisticamente são desprovidos de significado...
E, ah, sim, a partir de 2003, com as novas regras de manutenção da quantidade de combustível para a prova, a competição perde um pouco do significado -- já que os carros não estão sempre nas mesmas condições (mais pesado, menos pesado, uma volta etc). E nestes últimos anos, considerei a última fase dos treinos de que os companheiros de equipe participassem juntos (sem problemas técnicos). Mas às tábuas:
Após nove semanas e meia de Sorveteria Colombo, finalmente o campeonato paulista dá as caras. Longe de inaudita, a situação é regra nos estaduais -- exceção feita ao carioca, que teve no chororô botafoguense seu momento de graça e fantasia (no paulista, vivia-se até agora das baladas de Adriano e das furadas de Valdívia - quarto rei mago, maior gênio futebolístico desde Ademir).
Mas ok, estaduais. Cada vez mais relevantes e organizados. Confesso que apesar do nível técnico medíocre, não só assinei todos eles, e gravei as partidas, como ainda fiz a estatística, pra saber qual a maior mentira do futebol brasileiro neste primeiro semestre. O resultado está aí:
Meu Computador/Caderninho de Notas, 26/mar:
Melhor Ataque: Corinthians de Alagoas Melhor Defesa: 'não tivemos pré-temporada' Ator Dramático: Bebeto de Freitas (hors-concours) e Émerson Leão Parceria: Richarlyson - São Paulo Passes Errados: Leandro Amaral Goleador: Túlio Maravilha
Sugerimento da semana: compre em cambista. Poupa tempo, dinheiro, e se é melhor tratado.
Não, não é desonesto comprar aquela meia-entrada bacana, pelo contrário: é o que o clube espera que você faça. Embora ainda haja quem vá em bilheteria, e pague o ágio oficial de 100%, em vez dos 10.
Nasce um otário a cada minuto. Incrível que não se forme uma seleção olímpica decente.
Segundo lembretes do Orkut, celebra-se hoje grande aniversário do Atlético Mineiro. Como sou de Governador Valadares, eu não conheço o estado e muito menos ouvi falar de tal associação. Razão por que busquei algumas informações na Wikipedia mó de partilhar a efeméride.
Fundado por Telê Santana, um pão de queijo e Dadá Maravilha, o Pathletic foi nosso primeiro campeão nacional, logo ali em 1871. Aproveitando-se de alterações na lei do impedimento e do ventre-livre, o club passou inúmeras certidões falsas -- em cartório rival ao de José Roberto Wright --, e conseguiu escalar uns gatos na faixa de 25 a 30 cm na competição. Donde a alcunha 'gato forte e vingador'.
['Vingador' refere-se à ameaça das organizadas após denúncia de Silvério dos Reis e subseqüente expulsão de Reinaldo. Claro que a ameaça nunca foi cumprida, mas o apelido pegou.]
Já 'campeão do gelo', nem na base da Wikipedia. Só Freud explica. Ou Fausto Silva.
incrível sucesso na europa: o time não teve dinheiro nem pra voltar
Planeta, a Terra, monte Fuji. O ano é 1976, e o evento é Niki Lauda, que perdera várias etapas devido ao coma, mas ainda assim liderava o campeonato até a corrida final - o primeiro GP da história do Japão.
Chuvas, serração. Lauda e vários outros pilotos da GPDA - Emerson à frente - informaram à direção da prova que não havia condições*, que teria de ser adiada, atrasada etc. Mas a direção insistiu, A Ferrari insistiu, contrato jogado na cara, "vai ter corrida até debaixo d'água", e por aí vai. No trouble. O austríaco baixou a cabeça, postou-se na terceira vaga do grid, e correu: uma volta. Levou o carro pros boxes seguramente, e mandou o título e todos aqueles que louvassem a honraria pro inferno.
Oficialmente, James Hunt venceu o campeonato por 1 ponto. Mas Lauda é nosso tetracampeão.
(*) no ano seguinte, dois espectadores morreriam durante a prova (Lauda, título antecipado, nem deu as caras por lá), fazendo com que o GP fosse retirado do calendário por 10 anos -- em 1987, retornaria em Suzuka
(Central de Rinoplastia) Volto ao professor narigudo. Não para ser-lhe justo, longe disso, é só pra falar de virtudes suas que faltavam a Senna: regularidade e uma largada razoável. Da chata regularidade proustiana todos sabem, mas pouco se comenta o troco que o francês ganhou no semáforo.
No campeonato de 88, terminou quatro ou cinco vezes à frente de Senna apenas por ultrapassá-lo na largada. Ayrton vivia fazendo trapalhada, parecia novela do Sílvio de Abreu. Em 89 melhorou um pouco, é verdade, quase novela das sete. O francês maligno levantou o caneco vencendo somente com o brasileiro fora da pista -- mas não sem ultrapassá-lo no sinal ocasionalmente...
E o resto é história. Suzuka 90 inclusa. Com texto de Manoel Carlos e Benedito Ruy Barbosa.
Alain Bernard, francês, quebra em 0.24s o recorde dos 100m livres
Não é o primeiro recorde de 2008. Um mês atrás, o australiano Eamon Sullivan saía do anonimato para a história, superando sem nenhum estilo o recorde de Popov para os 50m - que também já durava oito anos.
Mas Bernard... seu recorde é 1.64s melhor que o de Biondi, ao quebrar em 1985 a marca de Rowdy Gaines. Naquele dia, horas mais tarde, Biondi nadaria os 100m pela primeira vez na história abaixo dos 49 segundos. Feito espantoso, já que a barreira dos 50s fora rompida apenas 10 anos antes, nas Olimpíadas de Montreal.
Hoje o pessoal já se aproxima de 47 e meio, e o descaro é empolgante. Se meu filho não nadar abaixo dos 40s, vai apanhar de cinta. Depois campeonato carioca é que se trata por "me engana que eu gosto"...
Related tags: "não vou poder participar da competição porque estou treinando"
Embora a frase de Prost soe pretensiosa, não poderia ser mais verdadeira. O francês não aprendeu a guiar na chuva, a negociar ultrapassagem, a classificar o carro*, não aprendeu nada. E ensinou muito: a bater pra ganhar o título por exemplo. Senna deveria agradecer de joelhos -- segundo os boatos, apoiando as mãos.
(*) nas 32 corridas de McLaren, ficou 28 vezes atrás; balão médio de 0.65s
O professor, que jamais aprendeu a lição básica - quando você acha que sabe tudo, começa a ter problema -, diz que Ayrton só o impressionava nos treinos. E insinua que sua obsessão derivava de não o poder vencer na pista - do que Suzuka 88 é excelente amostra...
Tinha experiência com o carro, experiência como campeão, pediria a seu compadre Ballestre para mudar o regulamento, e ainda vem chorar. Kleber Leite estava enganado: o choro de vencedor não é modalidade original, é velhíssima. Oi que foi só pegar no cavaquinho...
Além do motor de Nigel Massa e do câmbio de Piquet, dois tabus importantes foram quebrados ontem. O Palmeiras não derrotava o São Paulo com três pênaltis desde a Canção do Exílio. E o Botafogo vencer um time de reservas do Flamengo? Uwala! Nem com Garrincha e Pelé...
São resultados que entram pra história e folclore do futebol. Apenas sobremesas de morango no bandejão ou uma parceria entre Túlio e Romário no América seriam mais fantásticos.
O ataque dos 1000 anos. Quem sabe? Rumo a Tokyo. Espera só o sol voltar...
Vice de novo. Ou não. Esta nova geração de valores do Brasil, que nem vice consegue.
Nelsinho começou muito bem. Se melhorar uma posição por corrida, termina o ano sem pegar pódio. Um prodígio. Massinha apanhou do Raikkonen em todos os treinos; depois ficou em 4o. e reclamou de "trânsito". Até o Kubica, que passou metade da volta aparando grama, foi mais rápido. E o Rubinho a gente nem comenta.
Não sei se é praga dele ou do Pupo Moreno, só sei que é coisa ruim. Enquanto os ingleses procuram seus pilotos na favela e no estrangeiro, nós ficamos com essa gente diminutiva e criada por vó. Melhor ficar com os vídeos antigos dos anos doirados. Pfui.
A Era dos Campeões - 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10.
A morte de Jorge Zarif provocou emoção horrível na redação do Fantasma. Que um senhor de 50 anos sofra um ataque cardíaco, vá lá. Mas às oito e meia da madrugada, numa academia*? Parece filme de terror.
(*) o que nos lembra Ambrose Bierce: Academe, n. An ancient school where morality and philosophy were taught. Academy, n. [from Academe] A modern school where football is taught.
Meus caros, há métodos menos drásticos para se ficar em forma. Qualquer livro de biologia do colegial informa: mais de 50% da energia do corpo é dispendida na termorregulação. Em outras palavras: você gasta muito mais energia (massa.c^2) pra manter sua temperatura, que correndo todo esbaforido numa esteira.
Não vão pra academia, não paguem mensalidade da Runner: sai mais barato comprar um ar condicionado. Essa é a dieta do futuro. Pelas minhas contas, ficando sem camisa oito horas por dia, na frente de Springer de 12000 BTUs, no fim de um mês você perdeu pelo menos uns seis ou sete quilos - afora catarro.
Chegará o dia em que todos teremos quinze minutos de crioterapia. No ínterim, evitem banho quente. A ducha anterior à natação é muito mais efetiva que o exercício. Já banho quente engorda.
Dunga está fazendo um grande trabalho com a seleção olímpica: quanto menos se meter, melhor.
Além disso, toda minha experiência futebolística indica que ou o time encaixa de pronto, ou não. De preferência no meio da competição -- seja por questão de fase, seja pra dar menos tempo aos adversários.
No fundo, estes amistosos da seleção oferecem muito pouco, e só valem pelo troco -- salvo sucessão de fracassos, caso em que a Ironia do Destino nos força a vencer a competição.
Mas olimpíada a gente sempre perde mesmo. E não deixa de haver beleza nesse infortúnio.
Presidente da FIA defende tecnologia ecologicamente correta
Só se ele quiser morar num veleiro agora. Que tipo de declaração é essa? Resolveu participar de concurso de miss? Pior que isso, só se declarar no meio de um jogo de beisebol... Fórmula 1 não foi feita pra ser ecologicamente correta: foi feita pra ser interessante. O resto é conversa fiada.
Mas todo presidente tem esse condão para dizer asnice. O da FIFA mesmo falou outro dia que "o futuro do futebol está no gramado artificial". O de Blatter deve ser no asilo -- ou na prefeitura do Rio de Janeiro, o que é mais provável.
Emmo Piquet diz ainda não se considerar um piloto de corridas
Ora, isso nunca impediu o Barrichello de entrar na pista; eu acho que o garoto ainda tem um grande futuro pela frente. Ou no pelotão intermediário, vai saber.
Renault: diversão garantida, ou sua baitolage de volta
(Parque São Jorge, Alagoas) Mais ridícula que essa invencibilidade do Atlético Paranaense, só a do então jogador Aymoré Moreira -- esse craque que começou na ponta-direita e foi terminar no gol. Claro está que um rapaz assim talentoso só poderia sobreviver apelando pra superstição. E foi por isso que sua camisa de estréia como arqueiro, originalmente branca, ficou 15 jogos seguidos sem lavar. Meses de catinga se arrastaram, ninguém no clube agüentava mais. Até que ordens superiores obrigaram o roupeiro a dar um jeito na situação. No jogo seguinte, o Botafogo perdeu.
Rapaz, como é grande a colônia uruguaia aqui no Rio! Não foi à toa que perdemos 50.
Mas muito boa a partida do Flamengo contra o Nacional: o time se superou e mostrou alto índice de solidariedade. Para que a torcida não crucificasse o frangueiro Bruno pela derrota, Toró tomou a iniciativa de ser expulso gratuitamente logo em seguida; um gesto bonito e de grande galhardia, que seria repetido mais tarde por Léo Moura. Isso que é grupo fechado.
Ah, vi gente dando chilique por causa da agressão ao gandula. Primeiro que não é gandula: é uruguaio. Além disso, acho que todo gandula merece levar uma banda de vez em quando. Acho, não: tenho certeza. Nada demais. Mas é pra isso que existe massagista, goleiro reserva, ciro darlan, capitão léo etc.
Agora só falta entenderem que a vocação de Toró é pra gandula. E tamos acertados.
Clonagem de cartão, cédulas-tronco, eis o tema do momento -- embora pesquisa nenhuma no Brasil, nunca, vá dar em algo que preste...
Por isso mesmo, aliás, em vez de desperdiçar dinheiro público com doenças importantes, que países civilizados irão curar cedo ou tarde, deveríamos nos dedicar a coisas mais frívolas. Superatletas por exemplo.
E não venha o STJD me dizer que isso é brincar de Deus. Quando muito é brincar de Michael Phelps, ou de Alemanha Oriental. Rebeca é meu pastor, medalha não faltará.
Ninguém agüentava mais. Após ser louvado e glorificado como o maior tenista de todos os tempos por anos a fio, parece que finalmente Roger Federer resolveu se entregar às mulata e à bebida. Não chegou à final na Austrália, saiu pelo cruzeiro dos fundos em Dubai, nada como evitar a fadiga.
Pelas minhas contas, Federer já venceu uns 42 Grand Slames, e tudo usando raquete de madeira. Ele é capaz de cortar um cantalupo em 400 partes, andar sobre as águas e fazer um elétron atravessar duas fendas distintas ao mesmo tempo. Mas convenhamos: já estava cansando.
Que venha o próximo número hum. Mas se for o Nadal, vem com uma bermuda menos gayza. Faz favor.
Fortune rota volvitur: descendo minoratus; Alter in altum tollitur - nimis exaltatus Rex sedet in vertice, caveat ruinam! Nam sub axe legimus: Rafael reginam." (Sebastião Lazaroni)
Torcedor é isso aí. Ao fim do jogo, ainda processou o adversário por mão-boba, uso de boné em praça pública e invasão de propriedade privada.
Ah, a propósito: ainda não vi nenhum flamenguista ou palmeirense reclamando de comemoração; não sabia que os jogadores hoje tinham de agradar à torcida rival. Também não sei até onde irá o ridículo dos comentaristas, relinchando sobre o que A ou B devem fazer e dizer - mas não pretendo descobrir.
Adriano não é imperador, é a mulher de César - e já passou da hora de se portar como tal. Se quiser dar uma de Brutinho, só vai conseguir dar tiro no próprio pé - CET agradece...