O Site Oficial da Copa do Mundo de 2014

sábado, agosto 14, 2004

O bom filho à casa torna

Enfim, começaram os Jogos Olímpicos de Atenas. Após um século de vadiagem ao redor do mundo, eles finalmente retornaram ao seu local de origem: a Grécia, berço da humanidade e mãe de boa parte das mazelas que ainda hoje aflijem a espécie humana - o teatro, a democracia, Maria Callas e o churrasquinho grego.
A festa de abertura foi, no melhor dos sentidos, um espetáculo sem precedentes. Foi, de longe, a mais bela de todos os tempos de que tenho notícia, se me permitem o paradoxo; possuo algumas boas lembranças do urso Micha em Moscou e do Naranjito na Espanha.
Tudo bem, Naranjito era mascote da Copa do Mundo, mas em termos de paralização nacional, Copa e Olímpiadas se equivalem. Ambas perdem para o carnaval e as micaretas.
Um imenso tanque d'água foi instalado no centro do estádio olímpico, simulando o mar que tanto representa a vida quanto a morte para a Hélade; demorou seis horas para ser enchido e foi esvaziado em três minutos, graças a um absorvente íntimo gigante. Uma oliveira, então, surgiu do meio do nada; atletas tépidos e sexualmente excitados lambuzavam-se em azeite e lutavam num grande tatame que saiu de dentro da Björk, cantora islandesa e retardada - não necessariamente nessa mesma ordem.
Não entendo essa fixação grega com a oliveira; se ainda fosse a Luma, tudo bem, dava pra aturar. Pau por pau, sou mais a jangada, que é pau que bóia.
No fim das contas, atletas gregos reuniram-se para acender e erigir o charuto fálico de Zeus, fornecendo fogo grego e um Viagropoulos king size extra large para o poderoso membro. A delegação brasileira destacou-se pelo verde-limão (até porque verde-limão se destaca de longe, tal qual a caneta marca-texto em classificado de jornal), enquanto os representantes das minorias étnico-políticas mundiais - Iraque, Palestina, Timor Leste e Pelotas - foram aclamadas pela população presente à festa.
O chato foi desgrudar a turba pelotense da pira olímpica depois. E pensar que uma vogal no fim da palavra faria toda a diferença para eles...
Que comecem os jogos, maestro Zezinho! - pois eu já estou na jogatina há muito tempo, devendo a Deus, Zeus e o mundo.
Quando eu perder as calças, eu aviso para as moças deixarem o recinto.
Ou não...

Adendopoulos: esse post foi escrito em conjunto pela equipe do Fantasma - cardeal (presença física, apoio metafísico e suporte logístico: o PC é dele), Teophilus (por brincar com uma bolinha de borracha), Ladrilheiro (saiu para comprar cigarros e, infelizmente, voltou), Quevedo (mentor intelectual do crimen) e Arquibaldo da Poltrona (corno-mor e prestidigitador, quero dizer, digitador). Este último, tal qual Odisseu, voltou à pátria para rever os irmãos, após anos penando nas ilhas de Caras.