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segunda-feira, julho 26, 2004

O Pensamento Vivo de Galvão Bueno

Galvão Bueno é o único gênio do esporte brasileiro em atividade. Dizem-no tendencioso, intromedito, dado a criar bordões, grosseiro, mas ele sabe disso tudo. Céus, juro que ele sabe, há muito tempo, é uma das razões de seu vasto sucesso.

E o que se denomina grosseria é apenas reconhecer-se no direito de mandar, coisa que poucos compreendem, e muitos detestam porque são subalternos. Sem pulso forte, não teria chegado onde chegou, e nem o mundo a lugar algum.

A quem o diga metido a comentarista, repito as palavras do maior dos sábios, o Gato-Verde: não sabem nada!!! Galvão não é locutor, narrador ou congênere: ele promove o espetáculo, esta é sua função, e faz isso como ninguém.

Não é tendencioso como Gorduroso do Valle, não é um caminhão de bordões, qual Sílvio Infeliz ou Bostar Santos, não é insosso como o pessoal da Sportv: ele se mete, dá pitaco aqui e ali, discute um pouco com seus companheiros de transmissão, mas de forma bem-humorada, para dar um leve ar de familiaridade à transmissão.

Ou seja: faz exatamente o que pretende, e alcança os resultados esperados. Quem fala mal de Galvão por cumprir seu papel, tornar um espetáculo mais interessante, sem cair no completo ridículo, ou é tonto, ou nunca parou pra pensar.

Além de ser bocó desejar uma visão totalmente imparcial no esporte, quando em coisas tão mais importantes não a temos. Ou análises à la PVC -- vide ESPN-Brasil --, que fariam qualquer um enfiar o dedo na goela após meia-hora de jogo. E querem cada pessoa falando apenas sobre o que "entende", como se fossem grandes especialistas, com microscópios e um diploma, não houvesse possibilidade de diálogo.

Ah, dá um tempo, vão lamber sabão. Façam uma assinatura decente, ou torçam para os cavalinhos nas olimpíadas. Mas saiam do meu bar. Por favor.