Falso Brilhante (i)
Pensava sobre as maiores enganações do futebol brasileiro, e creio que Rivelino e Sócrates sejam candidatos fortíssimos. Extremamente overrated.
Algumas coisas não são óbvias na época -- vide a eleição de Alexandre VI, ou a esperança em Denílson pra copa de 98 --, mas logo se tornam muito claras. E a meu ver, por exemplo, simplesmente pensar em escalar o Rivelino em 78 já foi uma temeridade. Além de não ser grande coisa -- salvo a pança e a orelha --, estava em fim de carreira**, jogando na Arábia; mas o Coutinho vem e lhe homenageia com a camisa 10. Achando que, quando precisasse, o elefante branco teria seu último suspiro de glória...
(*) inventou o drible do elástico só pra poder andar menos em campo
(**) de pouquíssimos títulos; além de campeão do mundo, só dois estaduais pelo Fluminense*** e umas tranqueiras de terceira linha. Por conta desses estaduais, diga-se de passagem, os tricolores exaltados começaram a chamar seu time de "máquina". A tal máquina, em âmbito nacional, conseguiu apenas uma semifinal de brasileiro, que perdeu pro Corinthians -- time que só veio a ganhar títulos após a saída do canhoto bigodudo.
(***) o de 75, com três finalistas, foi conquistado no saldo de gols (cada time com uma vitória). No de 76, um quadrangular final, empatou com o Vasco (3v, 1e, 2d cada) e teve jogo-desempate. Super Máquina essa. Estraçalhadora realmente. Quantos títulos! E de que forma tão convincente!
Quanto ao Sócrates, tinha o calcanhar e o carisma, mas nunca vi prova de que fosse um craque. Seus títulos foram quatro. Três estaduais pelo Corinthians (que estava na fila, e portanto isso dá um bruta destaque), e um pelo Flamengo em 86 -- em que era coadjuvantíssimo.
Para mim, e qualquer pessoa inteligente, Marcelinho Carioca foi muito maior que ambos. Tricampeão brasileiro, campeão mundial interclubes, um monte de estaduais -- copa do brasil, nem vou contar. Fazia gols pra caramba, concedia ainda mais assistências, e cobrava faltas como ninguém; cansou de carregar o time nas costas. Mas aí o pessoal não ia com a sua cara, não convocava pra seleção, tralalá. Reconhecimento zero. Ou tendendo a zero.
Mas em 94 teria jogado mais que Raí e Mazinho.
Em 98, que Giovani. Ou Juninho Paulista. Ou Leonardo, ou Émerson.
E em 74, 78, 82 e 86, também teria lugar. Se o Riva [43 gols em 121 jogos, média=0,35] e o doutor [25 gols em 63 jogos, média=0,39] foram, por que ele não?
Marcelinho só jogou três vezes pela seleção -- uma partida e duas metades. E fez dois gols. Mas também não era nenhuma brastemp.
Já o Rivaldo é outra história...
Algumas coisas não são óbvias na época -- vide a eleição de Alexandre VI, ou a esperança em Denílson pra copa de 98 --, mas logo se tornam muito claras. E a meu ver, por exemplo, simplesmente pensar em escalar o Rivelino em 78 já foi uma temeridade. Além de não ser grande coisa -- salvo a pança e a orelha --, estava em fim de carreira**, jogando na Arábia; mas o Coutinho vem e lhe homenageia com a camisa 10. Achando que, quando precisasse, o elefante branco teria seu último suspiro de glória...
(*) inventou o drible do elástico só pra poder andar menos em campo
(**) de pouquíssimos títulos; além de campeão do mundo, só dois estaduais pelo Fluminense*** e umas tranqueiras de terceira linha. Por conta desses estaduais, diga-se de passagem, os tricolores exaltados começaram a chamar seu time de "máquina". A tal máquina, em âmbito nacional, conseguiu apenas uma semifinal de brasileiro, que perdeu pro Corinthians -- time que só veio a ganhar títulos após a saída do canhoto bigodudo.
(***) o de 75, com três finalistas, foi conquistado no saldo de gols (cada time com uma vitória). No de 76, um quadrangular final, empatou com o Vasco (3v, 1e, 2d cada) e teve jogo-desempate. Super Máquina essa. Estraçalhadora realmente. Quantos títulos! E de que forma tão convincente!
Quanto ao Sócrates, tinha o calcanhar e o carisma, mas nunca vi prova de que fosse um craque. Seus títulos foram quatro. Três estaduais pelo Corinthians (que estava na fila, e portanto isso dá um bruta destaque), e um pelo Flamengo em 86 -- em que era coadjuvantíssimo.
Para mim, e qualquer pessoa inteligente, Marcelinho Carioca foi muito maior que ambos. Tricampeão brasileiro, campeão mundial interclubes, um monte de estaduais -- copa do brasil, nem vou contar. Fazia gols pra caramba, concedia ainda mais assistências, e cobrava faltas como ninguém; cansou de carregar o time nas costas. Mas aí o pessoal não ia com a sua cara, não convocava pra seleção, tralalá. Reconhecimento zero. Ou tendendo a zero.
Mas em 94 teria jogado mais que Raí e Mazinho.
Em 98, que Giovani. Ou Juninho Paulista. Ou Leonardo, ou Émerson.
E em 74, 78, 82 e 86, também teria lugar. Se o Riva [43 gols em 121 jogos, média=0,35] e o doutor [25 gols em 63 jogos, média=0,39] foram, por que ele não?
Marcelinho só jogou três vezes pela seleção -- uma partida e duas metades. E fez dois gols. Mas também não era nenhuma brastemp.
Já o Rivaldo é outra história...
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