Barba, Cabelo, Bigode, Samba, Suor e Cerveja
Três mil metros. Com obstáculos! É muita maldade para uma prova só. Pior do que isso, apenas soltando cães e pondo aros flamejantes na pista. Quem, em sã consciência, pensa "quando crescer, quero correr três mil metros com obstáculos"? É coisa de masoquista, ou falta de oxigenação cerebral, má nutrição na infância. Subnutrição, sim, deve ser por isso que o pessoal do Quênia fez barba, cabelo e bigode, ficando com as três medalhas -- assim como os americanos nos 400m masculinos. Ou vai ver é culpa daquele velho ditado africano*.
(*) Toda manhã, na África, quando uma gazela acorda, ela sabe que, para viver mais um dia, precisa correr mais rápido que o mais rápido dos leões. E toda manhã, também na África, quando um leão acorda, ele sabe que, para se alimentar, precisa ser mais veloz do que, pelo menos, a mais lenta das gazelas. Portanto, não interessa se você é um leão ou uma gazela: quando o sol nascer, é melhor que você começar a correr.
Mas este foi apenas um dos grandes momentos de ontem no atletismo. Desde Atlanta um recorde não era quebrado, algo que ocorreu no salto com vara feminino, em que as três recentes recordistas se encontraram, com a russinha Isinbayeva (que era terceira nos 4.70m) conseguindo 4.91m e a medalha de ouro -- a meu ver menos bela em seu novo desenho, mas ainda assim a mais importante.
Não bastasse isso, houve o fim do decatlo, em que Karpov, surpreendentemente, liderava com folga, até o fatídico arremesso de dardo. Agora direi um clichê: sucumbindo à pressão, não conseguiu fazer um só bom lançamento. Quinze metros menos que seus dois concorrentes, selou o terceiro lugar, dando oportunidade ao recordista mundial, Sebrle -- um tcheco (brindemos!) --, de conquistar sua primeira grande vitória internacional.
E, pra fechar, Hicham el Guerrouj, o marroquino, finalmente conseguiu sua medalha áurea, tornando-se uma lenda viva, em vez de lenda urbana. Após um ridículo tropeção em 1996, e ser ultrapassado na reta final em 2000, desta vez ele se manteve, e ganhou os 1500m. Por um nariz, mas ganhou. E aí ele foi pra galera.
No ciclismo, o holandês pedalador, Theo Bos, também foi pra galera, após ganhar a primeira da melhor de três na final dos velocistas. A merenda não deve ter caído bem, que perdeu as demais, e virou banquete dos vermes e de Ryan Bayley, australiano que riu melhor, com gestos largos e batendo nas coxas.
Quadro de Medalhas
25.28.19 (72) EUA
24.15.12 (51) CHINA
15.08.09 (32) JAPÃO
14.09.14 (37) AUSTRÁLIA
09.18.21 (48) RÚSSIA
(...)
01.01.02 (04) BRASIL (33o.)
(*) Toda manhã, na África, quando uma gazela acorda, ela sabe que, para viver mais um dia, precisa correr mais rápido que o mais rápido dos leões. E toda manhã, também na África, quando um leão acorda, ele sabe que, para se alimentar, precisa ser mais veloz do que, pelo menos, a mais lenta das gazelas. Portanto, não interessa se você é um leão ou uma gazela: quando o sol nascer, é melhor que você começar a correr.
Mas este foi apenas um dos grandes momentos de ontem no atletismo. Desde Atlanta um recorde não era quebrado, algo que ocorreu no salto com vara feminino, em que as três recentes recordistas se encontraram, com a russinha Isinbayeva (que era terceira nos 4.70m) conseguindo 4.91m e a medalha de ouro -- a meu ver menos bela em seu novo desenho, mas ainda assim a mais importante.
Não bastasse isso, houve o fim do decatlo, em que Karpov, surpreendentemente, liderava com folga, até o fatídico arremesso de dardo. Agora direi um clichê: sucumbindo à pressão, não conseguiu fazer um só bom lançamento. Quinze metros menos que seus dois concorrentes, selou o terceiro lugar, dando oportunidade ao recordista mundial, Sebrle -- um tcheco (brindemos!) --, de conquistar sua primeira grande vitória internacional.
E, pra fechar, Hicham el Guerrouj, o marroquino, finalmente conseguiu sua medalha áurea, tornando-se uma lenda viva, em vez de lenda urbana. Após um ridículo tropeção em 1996, e ser ultrapassado na reta final em 2000, desta vez ele se manteve, e ganhou os 1500m. Por um nariz, mas ganhou. E aí ele foi pra galera.
No ciclismo, o holandês pedalador, Theo Bos, também foi pra galera, após ganhar a primeira da melhor de três na final dos velocistas. A merenda não deve ter caído bem, que perdeu as demais, e virou banquete dos vermes e de Ryan Bayley, australiano que riu melhor, com gestos largos e batendo nas coxas.
Quadro de Medalhas
25.28.19 (72) EUA
24.15.12 (51) CHINA
15.08.09 (32) JAPÃO
14.09.14 (37) AUSTRÁLIA
09.18.21 (48) RÚSSIA
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01.01.02 (04) BRASIL (33o.)
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