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quarta-feira, fevereiro 25, 2004

FRANGAR, VERBO INTRANSITIVO

Na hora do frango, não há como culpar outrem, reclamar do zagueiro; frangar é a sina de todo goleiro, e bem-aventurado aquele que não o fez em ocasiões importantes -- pois a maldade intrínseca ao ser humano faz com que jamais esqueçamos as falhas grotescas do próximo.

Oliver Khan, todos sabem, é um dos grandes arqueiros da atualidade; mas na arte da penosa é menor apenas que Chilavert, paraguaio que teve sua carreira abreviada pelo excesso de peso -- talvez em razão dos inúmeros galináceos, uma espécie de círculo vicioso.

Insatisfeito com o ridículo na final contra o Brasil, o melhor jogador da Copa de 2002* resolveu provar que o evento não fora fruto do acaso, e que tem, sim, potencial para se tornar o maior francófilo da história. Tão vexaminoso foi o gol que tomou ontem numa cobrança de falta de Roberto Carlos, que até o árbitro ficou constrangido.

(*) segundo sua mãe e a FIFA

Como qualquer forma de constrangimento público, a exibição do frango deveria ser reprimida. Pra que passar replay, humilhar o sujeito? Não se faz isso com um ser humano. Seres vis falam da jogada à mesa com os amigos, mas depois fazem cara feia para quem assista ao Ratinho ou aos Vídeos Incríveis da AXN. Não dá pra entender.

De qualquer modo, valeu Oliver, tu é uma mãe.