Onde todos se igualam (ou não)
The Bathroom War Strikes Again
- O que aconteceu antes do quinto jogo?
Topalov: Nós pegamos os vídeos do Kramnik entre cada lance. Ele ia pro banheiro várias vezes, e seu comportamento era bastante suspeito.
- Eles te acusaram de tentar perturbá-lo porque ele estava ganhando.
Topalov: Nós nunca quisemos parar o match. Havia indicações claras de trapaça. Você olha aquele tape e fica assustado. Não é só quantas vezes ele foi ao banheiro, mas como. Muitas vezes ele saía, ia direto pro tabuleiro e fazia seu lance instantaneamente.
(...)
- Illescas disse que vocês exageraram, e mentiram, sobre o número de vezes que Kramnik foi ao banheiro.
Topalov: Eu não sei quantas vezes ele foi. Meu time viu os tapes apenas uma vez, e depois eles desapareceram.
- Talvez estivessem se baseando em aproximações.
Topalov: Quando eles inspecionaram o banheiro, acharam um cabo de rede no escondido no teto.
- Isso nunca veio à tona.
Topalov: Nós abafamos, por várias razões.
- Foi um erro abafar?
Topalov: Nós não podíamos dizer nada. Era uma situação muito tensa. Se nós anunciássemos, o match seria cancelado, e eu queria jogar, e ganhar o prêmio. Além disso, houve ameaças.
- Feitas por quem?
Topalov: Anônimas no começo, mas eles fecharam o aeroporto. É fácil falar aqui, mas quando você está na Rússia você pensa sobre como vai conseguir sair de lá. Andando? E esqueça o dinheiro, claro. Então nós nos calamos e continuamos o match.
(...)
- Você falou com Kramnik?
Topalov: O Kremlin nunca vai admitir que envenenou aquele espião russo, o que parece óbvio, ou que Kramnik trapaceou.
- Você se sentiu em risco físico?
Topalov: Sim, e eu acredito que jamais voltarei lá.
- Mas falemos do rematch: você acha improvável que ocorra.
Topalov: O problema é que Kramnik quer manter o título em sem precisar defendê-lo no tabuleiro. Ele sempre quer algum privilégio. Eu não acho que vá jogar no México.
Em Kalmykia houve um teste anti-doping, não?
Topalov: Eles fizeram um teste, mas o laboratório ficava em Moscou.
(...)
- Você acha que Kramnik continuou trapaceando mesmo depois que o escândalo vazou?
Topalov: Pessoalmente, eu creio que sim, e que o novo método era melhor.
(...)
- Se tudo isso é verdade, o que irá acontecer no futuro, quando os computadores serão ainda mais fortes?
Topalov: Se as coisas continuarem desse jeito, com a tecnologia que os russos têm, Kramnik será invencível num match.
- Não existe meio de parar isso?
Topalov: Antes do tiebreak, quando um membro da minha equipe foi checá-lo...
- ... eletrônica?
Topalov: Sim, com um scanner. O cara estava visivelmente tremendo. Eu acho que ele tinha alguma coisa em seu corpo, e estava com medo de ser descoberto. Eu sei que essa é minha opinião pessoal, que é apenas uma suposição. A prova definitiva pra mim é o cabo.
- Mas no segundo jogo você acabou com ele, embora mais tarde tenha falhado em conseguir a vitória.
Topalov: Foi precisamente porque ele jogava como um computador. Ele seguia capturando as peças, muito rapidamente, totalmente calmo, quando meu ataque era extremamente perigoso. Eu não podia acreditar naquilo. Se você olha para a posição num computador, ele adora as pretas, embora esteja perdido, até que seja muito tarde. Como ele podia estar tão confiante?
- O que aconteceu antes do quinto jogo?
Topalov: Nós pegamos os vídeos do Kramnik entre cada lance. Ele ia pro banheiro várias vezes, e seu comportamento era bastante suspeito.
- Eles te acusaram de tentar perturbá-lo porque ele estava ganhando.
Topalov: Nós nunca quisemos parar o match. Havia indicações claras de trapaça. Você olha aquele tape e fica assustado. Não é só quantas vezes ele foi ao banheiro, mas como. Muitas vezes ele saía, ia direto pro tabuleiro e fazia seu lance instantaneamente.
(...)
- Illescas disse que vocês exageraram, e mentiram, sobre o número de vezes que Kramnik foi ao banheiro.
Topalov: Eu não sei quantas vezes ele foi. Meu time viu os tapes apenas uma vez, e depois eles desapareceram.
- Talvez estivessem se baseando em aproximações.
Topalov: Quando eles inspecionaram o banheiro, acharam um cabo de rede no escondido no teto.
- Isso nunca veio à tona.
Topalov: Nós abafamos, por várias razões.
- Foi um erro abafar?
Topalov: Nós não podíamos dizer nada. Era uma situação muito tensa. Se nós anunciássemos, o match seria cancelado, e eu queria jogar, e ganhar o prêmio. Além disso, houve ameaças.
- Feitas por quem?
Topalov: Anônimas no começo, mas eles fecharam o aeroporto. É fácil falar aqui, mas quando você está na Rússia você pensa sobre como vai conseguir sair de lá. Andando? E esqueça o dinheiro, claro. Então nós nos calamos e continuamos o match.
(...)
- Você falou com Kramnik?
Topalov: O Kremlin nunca vai admitir que envenenou aquele espião russo, o que parece óbvio, ou que Kramnik trapaceou.
- Você se sentiu em risco físico?
Topalov: Sim, e eu acredito que jamais voltarei lá.
- Mas falemos do rematch: você acha improvável que ocorra.
Topalov: O problema é que Kramnik quer manter o título em sem precisar defendê-lo no tabuleiro. Ele sempre quer algum privilégio. Eu não acho que vá jogar no México.
Em Kalmykia houve um teste anti-doping, não?
Topalov: Eles fizeram um teste, mas o laboratório ficava em Moscou.
(...)
- Você acha que Kramnik continuou trapaceando mesmo depois que o escândalo vazou?
Topalov: Pessoalmente, eu creio que sim, e que o novo método era melhor.
(...)
- Se tudo isso é verdade, o que irá acontecer no futuro, quando os computadores serão ainda mais fortes?
Topalov: Se as coisas continuarem desse jeito, com a tecnologia que os russos têm, Kramnik será invencível num match.
- Não existe meio de parar isso?
Topalov: Antes do tiebreak, quando um membro da minha equipe foi checá-lo...
- ... eletrônica?
Topalov: Sim, com um scanner. O cara estava visivelmente tremendo. Eu acho que ele tinha alguma coisa em seu corpo, e estava com medo de ser descoberto. Eu sei que essa é minha opinião pessoal, que é apenas uma suposição. A prova definitiva pra mim é o cabo.
- Mas no segundo jogo você acabou com ele, embora mais tarde tenha falhado em conseguir a vitória.
Topalov: Foi precisamente porque ele jogava como um computador. Ele seguia capturando as peças, muito rapidamente, totalmente calmo, quando meu ataque era extremamente perigoso. Eu não podia acreditar naquilo. Se você olha para a posição num computador, ele adora as pretas, embora esteja perdido, até que seja muito tarde. Como ele podia estar tão confiante?
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