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segunda-feira, novembro 15, 2004

O pior cego é o torcedor do flamengo

Ah, o futebol... esporte que une o povo, num tempo em que todos os valores parecem perdidos (exceto, claro, as ações da Microsoft e da Petrobras), transmite AIDS pela canela, e que gera mais empregos que qualquer atividade outra em nosso país.

O futebol é realmente muito belo, especialmente em jogos fora do Brasil, mas ele tem um lado negro -- ou afro-descendente, como queiram. Não me refiro ao Pelé, mas ao fanatismo, condição sine qua non para sua popularidade.

Sim, o fanatismo, um fanatismo que no Brasil matou bem mais que o terrorismo, a ditadura, o cigarro ou os acidentes de trânsito -- mas não a iatrogenia. E, como era de se esperar, não poderia haver torcedor pior que o d'O Mais Querido do Brasil, aquele exército de mortos de fome.

(*) na verdade, o corinthiano é pior, mas também se trata de clube mui popular

Que importa seu time estar entre os rebaixados, e que tenha sido goleado pelo pior Atlético Mineiro da história? Nada, meus caros, absolutamente nada. Como soldados rasos de um exército que prime pela lavagem cerebral, meus amigos repetem:

- No papel, é um grande time.

Dois problemas. Um, que o futebol não se pratica num álbum de figurinhas, mas num campo gramado, de preferência com 110mx75m. Dois, que nem no papel o time do Flamengo é bom. Pelo contrário, é horroroso como os braços da Vênus de Milo.

Júlio César, gordo e pra ser vendido. Zinho, semiaposentado. Júnior Baiano, confiável como sempre, agora não tem vigor físico e só chega atrasado. Athirson, que jamais soube o conceito de marcação, após um fracasso completo na Europa, voltou fora de forma e sem conseguir apoiar. Felipe, o grande craque do Rio, expulso jogo sim, jogo não, e em má fase. E por aí vai.

Mas é um grande time, claro. Igualzinho ao Real Madrid. Te vejo na 2a. divisão.