MORTES
à memória de Dedé S.
Muitos falecimentos em campo, os imortais da FIFA e da International Board decidiram mês passado acabar com a morte súbita -- ou gol de ouro, vá lá. Possível que já em Atenas tenhamos os saudosos trinta minutos.
Assisti a algumas excelentes prorrogações, como URSS vs. Bélgica em 86; e a semifinal entre Alemanha e Itália de 70 será sempre citada como a maior. A pior deu-se entre Argentina e Itália na copa de 90: além de não ter gols, o apitador esqueceu-se da troca de lado, e seu primeiro tempo durou 23 minutos.
Mas, tornando às mortes, a preocupação com a propaganda esporte = saúde leva o pessoal a exagerar nas listas de substâncias proibidas. Para ser considerada dopante, a substância deveria pelo menos (i) realmente melhorar a performance, (ii) ser mais prejudicial à saúde que esforço repetitivo ou lanchar no McDonald's três vezes por semana, ou batucar pagode.
Dizem ainda que só é doping se a substância não for encontrada normalmente em alimentos. Mas isso foi introduzido só para que houvesse uma brecha na lei, assim o sujeito pode se entupir de creatina e dizer que não é doping, mas se tomar um remédio pra gripe ou participar de um happy-hour...
Se nosso congresso prestasse, já teria alterado as listas anti-doping, tornando-as minimamente lógicas. Uma vantagem adicional seria recebermos uma suspensão da FIFA (que meda), o que impediria a negociação de nossos atletas para o exterior, não só melhorando o nível do espetáculo por aqui, como reduzindo os salários e salvando os clubes.
Doping: é solução, sim.
à memória de Dedé S.
Muitos falecimentos em campo, os imortais da FIFA e da International Board decidiram mês passado acabar com a morte súbita -- ou gol de ouro, vá lá. Possível que já em Atenas tenhamos os saudosos trinta minutos.
Assisti a algumas excelentes prorrogações, como URSS vs. Bélgica em 86; e a semifinal entre Alemanha e Itália de 70 será sempre citada como a maior. A pior deu-se entre Argentina e Itália na copa de 90: além de não ter gols, o apitador esqueceu-se da troca de lado, e seu primeiro tempo durou 23 minutos.
Mas, tornando às mortes, a preocupação com a propaganda esporte = saúde leva o pessoal a exagerar nas listas de substâncias proibidas. Para ser considerada dopante, a substância deveria pelo menos (i) realmente melhorar a performance, (ii) ser mais prejudicial à saúde que esforço repetitivo ou lanchar no McDonald's três vezes por semana, ou batucar pagode.
Dizem ainda que só é doping se a substância não for encontrada normalmente em alimentos. Mas isso foi introduzido só para que houvesse uma brecha na lei, assim o sujeito pode se entupir de creatina e dizer que não é doping, mas se tomar um remédio pra gripe ou participar de um happy-hour...
Se nosso congresso prestasse, já teria alterado as listas anti-doping, tornando-as minimamente lógicas. Uma vantagem adicional seria recebermos uma suspensão da FIFA (que meda), o que impediria a negociação de nossos atletas para o exterior, não só melhorando o nível do espetáculo por aqui, como reduzindo os salários e salvando os clubes.
Doping: é solução, sim.
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